JOVENS PRECISAM SE PREPARAR PARA LIDAR COM ASSUNTOS FINANCEIROS

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Que não há uma formação especifica ou aula de Educação Financeira nas escolas todos nós sabemos. Muitos pais se perguntam ainda hoje, quanto custa para a formação acadêmica de um filho, mas principalmente quanto custará para a sua formação profissional que é o que vai lhe preparar para o mercado de trabalho e lhe tornar “independente”, sendo que neste caso, podemos citar um curso técnico, uma formação universitária ou uma pós-graduação. Porém, apesar de todo esse cuidadoso levantamento, poucos perguntam: Quanto custa não ter Educação Financeira?

Você conhece muitas pessoas que ganham muito dinheiro, mas que não conseguem guardar R$200/mês? Vocês conhecem pessoas que a vida toda viveu como aquela fábula da cigarra e que quando chegaram para pedir auxílio às formigas essas lhe disseram: Enquanto você somente vivia a cantarolar, nós trabalhávamos pagando o “preço hoje” para VIVER DEPOIS, então minha querida Dona Cigarra… já que somente cantava agora dança!?

Você conhece pessoas que mesmo tendo trabalhado 35 anos de sua vida, ainda continuam trabalhando por necessidade e não por prazer? Quanto custa para essas pessoas não terem tido Educação Financeira nas suas vidas? Quanto custa para elas não saberem como os juros compostos funcionam e como poderiam ter sido mais felizes se os tivessem utilizados a seu favor?

Atualmente, as famílias tem gasto mais de 150 bilhões de reais somente com juros, sendo estes maiores que os juros da própria dívida pública que é de cerca de 100 bilhões. No meio disso tudo estão os jovens, que segundo um estudo inédito realizado pela área de Big Data da Serasa Experian, explicita o quão faz diferença a Educação Financeira na vida dessas pessoas que estão praticamente estreando no mercado de trabalho. Nesta pesquisa, os jovens entre 18 e 25 anos representavam em Março de 2016 o equivalente a 15,7% da inadimplência no país, ou seja, são 9,4 milhões de pessoas aproximadamente que não tem condições de pagar suas contas com dívidas em atraso, ocupando o triste ranking de segundo lugar de brasileiros com o nome sujo, juntos aos órgãos de proteção ao crédito. Isso significa que ao invés de construírem patrimônios através de poupança, muitos se endividam antes mesmo de criarem sua primeira reserva financeira. Um dos fatores para esse aumento da inadimplência está atrelado ao desemprego que assola o país em mais de 12 milhões segundo estimativas recentes e que já afetam também os jovens recém-chegados ao mercado de trabalho. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia) mostram que no primeiro trimestre a taxa de desempregados entre os jovens de 18 e 24 anos ficou em 24,1% e que a sua inadimplência vem acompanhando esse ritmo de crescimento trimestralmente conforme tabela abaixo, sendo que a taxa de inadimplência das pessoas cuja faixa etária compreende de 41 a 50 anos e que encabeçam o ranking da inadimplência se mantém estável em 19,1%, ou seja, os jovens estão correndo um risco gigantesco em se tornarem os superendividados do amanhã.

Taxa de desemprego por faixa etária (trimestral)

Faixa etária

Mar/2015 Jun/2015 Set/2015 Dez/2015 Mar/2016

18-25

14,7%

14,3%

15,4%

15,5%

15,7%

26-20

14,3%

14,3%

14,0%

13,9%

13,7%

31-35

14,4%

14,4%

14,1%

13,9%

13,8%

36-40

12,5%

12,5%

12,4%

12,4%

12,4%

41-50

19,2%

19,3%

19,1%

19,1%

19,1%

51-60

12,6%

12,8%

12,7%

12,7%

12,8%

61-  Mais

12,2%

12,4%

12,4%

12,4%

12,5%

Fonte: Serasa Experian

As altas nos juros, a inflação elevada e o crescimento do desemprego, fazem com que essa massa de 60 milhões de endividados no país que necessitam virar o jogo e que clamam por uma oportunidade, busque desenvolver uma segunda fonte de renda. Para este grupo que não deseja desperdiçar a chance de mudarem suas vidas e que estão dispostos a trabalhar horas a mais de seu dia, dando um passo a mais, caminhando uma milha extra, é que precisamos estar preparados e atentos para recepcionar estas pessoas que já estão cansadas e angustiadas de não serem donas do seu destino e que desejam profundamente sair do banco do passageiro e serem os motoristas de suas vidas financeiras.

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